eu
não sirvo pra esse mundo
peça
fora da engrenagem
resistindo
ao fluxo funcional
nadando
contra a corrente
outrora
posto em fogueira ardente
vejo
em mim contradição
o
que percebo de um lado
do
outro o que me foi talhado
desse
choque angustiante
analiso
as impotências
minto
pra mim mesmo
até
que esqueça que não há verdade
e
incorpore mentiras no ser
buscando
alcançar sem crer
meu
ideal metafísico
me
constituindo para não desintegrar
desses
retalhos de convicções
copiando
novos valores
aceitando
e experimentado dores
descartando
e absorvendo certezas
busco
equilibrar meu universo
com
o universo de quem me afeta
hora
abismo nos separa
hora
sincronia rara
a
instabilidade como regra
e
nesse vai e vem inconstante
fluidez
incessante
transbordo
em desapego
da
necessidade de entender
abrindo
caminho ao riso
momento
de real compreensão
pura
e simples intuição
do
corpo
(Erick Amancio)